Todo apoio às Apaes

Edinho Araújo

 

Um trabalho sustentado no carinho e no amor ao próximo. Um ambiente onde pessoas com necessidades especiais encontram outras, com habilidades especiais, transformando esse convívio diário em momentos de interação, aprendizado, alegria e solidariedade. Assim é a rotina das nossas Apaes, instituições modelares com um trabalho consolidado e reconhecido. Admiradas pela comunidade, elas lutam contra toda sorte de obstáculos, a começar pelas contas que nunca fecham ao final do mês. A sociedade se orgulha desse trabalho e sabe da importância de mantê-lo e aperfeiçoá-lo. Por isso tantos ajudam a manter essas portas abertas. A Apae de Rio Preto surgiu pelo trabalho de um grupo de pessoas abnegadas, em 22 de maio de 1964. Lá se vão 49 anos desde que sua primeira diretoria foi empossada, tendo Nelson de Carvalho Seixas como presidente, Linneu de Alcântara Gil, Fausto Gomes e Laura Pereira dos Santos como vice-presidentes, Nelson Feres Bucater e Walter Benfati como secretários e Edgard Beolchi e Diniz Correa Leite como tesoureiros, todos comprometidos com o bem-estar dos deficientes. De lá para cá, novas gerações de idealistas lutam para manter o projeto de pé. Mas, por incrível que pareça, há quem esteja disposto a mexer nesse modelo que tem dado tão certo. Tramita no Senado Federal o Plano Nacional de Educação (PNE). O texto foi aprovado pela Câmara Federal,com os devidos cuidados para que entidades como as Apaes não fossem prejudicadas.

Apoiado na bandeira de inclusão de alunos com algum grau de deficiência na rede regular de ensino, foi apresentado pelo senador José Pimentel (PT-CE) um substitutivo, que acaba colocando em risco a sobrevivência das Apaes, porque prevê o fim dos repasses de verbas federais para essas instituições, promovendo de vez sua asfixia financeira. Há uma forte, e justa, reação a esta nova proposta. Ela toma conta das ruas e, principalmente, das redes sociais. Estou nessa corrente desde o primeiro momento, na defesa intransigente do trabalho das Apaes. Denunciei da Tribuna da Câmara o risco de, sob o pretexto da inclusão dos alunos portadores de algum grau de deficiência motora ou intelectual, se acabe com um modelo vitorioso e consagrado. Em meus 40 anos de vida pública, busquei sempre trabalhar em parceria com essa instituição, entendendo que ela realiza um trabalho único, e insubstituível, na missão a que se propõe. Como prefeito de Santa Fé do Sul, deputado estadual, deputado federal e depois prefeito de São José do Rio Preto por oito anos estreitei esses laços e, na medida do possível, procurei contribuir com verbas e apoio ao desenvolvimento de projetos. Não creio que a proposta que prejudica as Apaes seja aprovada no Senado da forma que foi proposta pelo senador José Pimentel. Tenho certeza que a forte resistência dos colaboradores, dos pais e da comunidade, e a atuação de parlamentares comprometidos com a causa, contribuirão para manter inalterado o atual modelo de atendimento. Mas se a matéria vier a ser alterada no Senado terá que voltar à Câmara para uma nova análise dos deputados. De minha parte posso assegurar que faremos uma grande mobilização em defesa do texto original que aprovamos. A Apae se firmou como um modelo vencedor, e assim seguirá sendo, com a união de todos. E para o bem de quem mais precisa: os alunos.

EDINHO ARAÚJO 
Deputado federal – PMDB/SP

 

 

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