Integrante da Frente Parlamentar das Santas Casas no Congresso Nacional, o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) utilizou a tribuna da Câmara na sessão desta terça-feira (19/2), em Brasília, para denunciar novamente a crise financeira das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos de todo o Brasil. O deputado cobrou ainda do governo federal reajuste imediato da tabela SUS como forma de evitar o fechamento dos hospitais.
O deputado lembrou que desde o ano passado há um movimento de hospitais da região noroeste do Estado de São Paulo, que resultou na “Carta de Votuporanga” e conta com apoio de várias lideranças políticas e parlamentares. Edinho participou do encontro realizado em novembro último com a presença de representantes de mais de 70 Santas Casas e hospitais filantrópicos.
“As entidades filantrópicas da saúde são o pilar de sustentação do atendimento de saúde no Brasil, e, no entanto, são marginalizadas pelos governos. Seus dirigentes precisam peregrinar pelos gabinetes de deputados, pelas antessalas de ministérios, em busca de minguados recursos para tentar fechar a conta no final do mês. E a conta nunca fecha”, afirmou.
No pronunciamento, Edinho Araújo citou o alerta que o diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, Edson Rogatti, vem fazendo nos últimos para sensibilizar o governo federal para que faça o reajuste da tabela SUS, o que não ocorre há seis anos. Segundo o representante dos hospitais, de cada R$ 100,00 gastos por esses hospitais no atendimento ao cidadão, apenas R$ 65,00 são ressarcidos pelo governo federal.
Edinho Araújo lembrou ainda que o “Movimento Tabela SUS! Reajuste Já” voltará a se reunir na próxima segunda-feira (25/2), às 10 horas, na Assembleia Legislativa de São Paulo “para promover mais um encontro para reafirmar o compromisso das instituições com suas reivindicações e, sobretudo, com a saúde da população”.
Confira a íntegra do pronunciamento do deputado Edinho Araújo:
Volto a esta tribuna para denunciar, mais uma vez, a situação de penúria vivida pelas Santas Casas e Hospitais Filantrópicos brasileiros, muitos dos quais estão fechando as portas por falta de condições mínimas de atendimento.
O Ministério da Saúde está dando as costas para seus maiores parceiros, para as instituições que estão sempre de portas abertas para aliviar as dores de quem não pode pagar um convênio médico particular.
A situação é insustentável.
Hoje, a cada R$ 100,00 gastos por esses hospitais no atendimento ao cidadão, apenas R$ 65,00 são ressarcidos pelo governo federal. A defasagem da tabela SUS obriga as santas casas à humilhação de recorrer a rifas e doações para manter as portas abertas, enquanto as dívidas se acumulam.
Segundo Edson Rogatti, diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, essas instituições iniciam 2013 com dívidas acumuladas de R$ 12 bilhões. E até o final do ano, chegará a R$ 17 bilhões. Os juros pagos aos bancos por empréstimos representa um terço dessa dívida. Uma vergonha.
Como integrante da frente parlamentar das Santas Casas, volto a cobrar coerência do governo federal e o reajuste imediato da tabela SUS. Não se pode sufocar financeiramente parceiros responsáveis por mais da metade dos atendimentos de saúde no país, chegando a atender até 90% dos pacientes pelo SUS.
Apelo ao ministério da saúde por uma solução rápida para este impasse.